O Asian Development Bank, sediado em Manila, foi criado em 1966 por 31 países. Tem hoje 67 membros, 48 da Ásia e Pacífico.
.
Portugal explora pouco as oportunidades que o Asian Development Bank (ADB) – http://www. adb.org/Consulting/dacon.asp – pode proporcionar às empresas e aos consultores portugueses no curto, médio e longo prazo.
.
O crescimento esperado de 7,8%, em 2008, para as nações em desenvolvimento da Ásia-Pacífico reforça a necessidade de as entidades públicas e privadas portuguesas se mobilizarem no sentido de captar projectos do ADB. Deste modo as empresas poderão posicionar-se no seio de novos mercados locais, contribuindo ao mesmo tempo para o desenvolvimento económico da Ásia. Extraindo, daí, benefícios directos e indirectos.
.
O ADB, sediado em Manila, foi criado em 1966 por 31 países. Tem hoje 67 membros, 48 dos quais da Ásia e Pacífico. Mas só 42 são países “clientes”. A eles se destinam as actividades do banco.
Entre os 19 membros exteriores à região incluem-se os EUA, o Canadá e dezasseis países europeus. Portugal aderiu ao ADB em 2002. A Irlanda só o fez em 2006.
.
Todos os países membros são accionistas do Banco. Mas os países ocidentais e o Japão contribuem para o ‘Asian Development Fund’ e para o ‘Technical Assistance Special Fund’.
.
O elevadìssimo nível de ajuda que flui através do ADB é evidenciado pelo rácio do valor das aquisições de bens e serviços com origem nos países “clientes”, decorrentes dos projectos do Banco, sobre as suas contribuições para os fundos do ADB, que é de 28,22. No caso da China o rácio é de 44,63.
.
Por sua vez o rácio aquisições de bens e serviços com origem nos países “doadores” sobre as suas contribuições para os fundos do ADB fica-se pelos 0,96. O que traduz um quase equilíbrio entre as suas contribuições financeiras e o fornecimento de bens e serviços aos países “clientes”. Mas o rácio da Suiça, de 2,39, é bem mais favorável. Tal como o é o da Itália (2,09), ou do Reino Unido (1,70). Em flagrante contraste encontra-se Portugal. O rácio contribuições sobre aquisições de bens e serviços em Portugal não vai além dos 0,02. Mesmo o rácio da Irlanda se situa nos 0,15. Um indicador adicional da imensa distância a que Portugal se veio a colocar face aos destinos da Ásia. Em Portugal parece perdurar ainda uma mentalidade pós-colonial. Longe de partilhar uma visão global.
.
Mas onde se encontram as oportunidades?
.
O banco concede empréstimos, presta assistência técnica, aconselha e fornece informação aos países “clientes”. Em 2007, aprovou empréstimos para desenvolver 82 programas que ultrapassaram os dez mil milhões de dólares. Entre os países que mais acederam a estes contam-se o Paquistão, o Vietname, a Índia, a China, a Indonésia e o Bangladesh. O ADB aprovou, também, projectos de assistência técnica de mais de 240 milhões de dólares. E distribuiu subsídios no montante de 673 milhões para apoiar a preparação e implementação de projectos, prestar aconselhamento e apoiar actividades regionais.Os países “clientes” são responsáveis pela aquisição dos bens e pela contratação das obras. Acima de um milhão de dólares todos os fornecimentos e projectos obrigam a um ‘international competitive bidding’ (ICB). Porém, nenhuma empresa ou consórcio português concorreu a qualquer ICB em 2005, 2006 ou 2007.
.
Foram adquiridos bens e obras públicas a empresas portuguesas para projectos do ADB, nos anos de 2005 e 2006, no valor de 1,6 milhões de dólares. Contra 14,3 milhões à Dinamarca, 18,5 milhões à Finlândia, 41,8 milhões à Áustria e 63,9 milhões à Bélgica.
.
O ADB é responsável pela aquisição dos serviços de assistência técnica. Nos anos de 2005 e 2006 Portugal forneceu, à assistência técnica do ADB, consultoria no valor de 190.000 dólares. Contra 22,1 milhões da Dinamarca e 22,1 milhões da Finlândia.
.
A ‘joint venture’ dinamarquesa Carl Bro, Ema Unihorn, Sai, Louis Berger ganhou nos últimos anos um contrato no valor de 11,3 milhões de dólares.
.
De 2002 a 2006 colaboraram, em projectos do ADB, 23 consultores individuais dinamarqueses. Portugal está na 56ª posição no que respeita ao fornecimento de serviços de consultoria ao ADB.
.
É evidente que empresas e consultores portugueses interessados se deviam inscrever no ADB. E deviam contar com muito mais iniciativa e apoio por parte das embaixadas, consulados e centros de negócio da AICEP na Ásia.
No comments:
Post a Comment