As importações de Singapura com origem em Portugal tiveram um incremento de 448% entre 2001 e 2007.
Com uma imagem mais saliente, os países da Ásia poderão ganhar, após os Jogos Olímpicos, um novo interesse para as empresas exportadoras nacionais, nomeadamente China e Singapura.
Desde 2005, este pequeno país do Sudeste Asiático, localizado um grau acima do Equador, tem assumido uma extraordinária importância para Portugal pois constitui o terceiro mais importante mercado das nossas exportações fora da União Europeia.
De acordo com dados do International Trade Center UNCTDA/WTO, as importações de Singapura com origem em Portugal tiveram um incremento de 448% entre 2001 e 2007. Um sucesso que deve ser associado aos incentivos concedidos pela API e que foram negociados quer por Miguel Cadilhe quer, mais recentemente, por Basílio Horta. Cerca de noventa por cento dos produtos importados caem, por inteiro, no âmbito dos códigos oitenta e quatro e oitenta e cinco.
Há um enorme desafio para lançar às empresas portuguesas. Em primeiro lugar, porque as exportações portuguesas para este país estão concentradas num muito reduzido número de produtos.
Em segundo lugar, porque existe uma poderosa economia com possibilidade de absorver a oferta nacional de uma vastíssima gama de produtos e serviços, caso esta tenha a ousadia, a competência e a disciplina necessária. É preciso diversificar a oferta, ganhar e consolidar mercados. Portugal representou, em 2007, pouco mais que 0,1% do total das importações de Singapura, não ultrapassando a 44ª posição entre os países fornecedores.
Wine for Asia
Entre os mercados de interesse está o dos vinhos. Portugal ocupa agora a 13ª posição entre os países fornecedores de vinhos a Singapura. Mas não se devem subestimar as oportunidades pois, entre 2001 e 2007, as importações de vinhos portugueses para a cidade-Estado cresceram 154%.
Os produtores portugueses deveriam atribuir uma acrescida prioridade a este país que é, afinal, um dos países mais inovadores da Ásia e do Mundo. Deveriam explorar novas estratégias adequadas a este mercado. Singapura ocupa, tão só, a 37ª posição entre os países clientes dos vinhos portugueses.
Em 2007, a AEP organizou a presença de alguns produtores e exportadores de vinhos portugueses na Wine for Asia 2007. O Pavilhão Portugal teve um extraordinário impacto e deu lugar a novos canais de importação e distribuição. A empresa, que concebeu e produziu o pavilhão, uma multinacional do sector de exposições com forte presença em toda a Ásia, percebeu o potencial estratégico da Wine for Asia e adquiriu a organização da feira. Uma decisão que merece reflexão.
De novo, em Outubro próximo, terá lugar a Wine for Asia 2008 onde são esperados mais de 4000 profissionais do sector oriundos de, pelo menos, quinze mercados da região.
Não há mercados fáceis.
Os produtores portugueses que decidirem estar presentes vão ter, uma vez mais, uma oportunidade para demonstrar a sua visão, competência estratégica, determinação e persistência. Vão poder aprofundar o seu conhecimento sobre os mercados asiáticos. Vão poder lançar os seus produtos, promover as suas marcas e as suas empresas na Ásia. Se tiverem afinado o seu marketing estratégico para esta parte do Mundo.
Não há mercados fáceis. Há-os mais ou menos competitivos com graus de diferenciação e segmentação diversos, com hábitos distintos mercê dos quadros de vida que os caracterizam. Mas as variações culturais entre povos asiáticos são um grande desafio para os exportadores de vinho nacionais.