A ‘World Tourism Organisation’ prevê que, em 2010, haja 50 milhões de turistas chineses a viajar no estrangeiro.
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Nos próximos anos, Portugal vai querer captar investimento na Ásia e deseja promover os seus produtos e serviços na região mais populosa do mundo. Para alcançar esses objectivos há que fomentar uma maior reaproximação entre Portugal e os povos asiáticos. Há que facilitar um maior interconhecimento entre portugueses e asiáticos. Há que levá-los a conhecer as nossas vantagens competitivas, a diferenciação das nossas empresas, a qualidade dos nossos produtos. O reforço do comércio e do investimento implica sempre viagens de negócios. Incoerente é que se não promovam, desde já, as viagens a Portugal de turistas desses países e que se não pretenda conquistar nichos do mercado turístico da China, da Índia, do Sudeste Asiático ou, mesmo, dos países do Golfo.
O problema está, em primeiro lugar, no Plano Estratégico Nacional de Turismo, um importante documento orientador, que não valorizou adequadamente os actuais desenvolvimentos da Ásia e subestimou oportunidades para o turismo nacional. Decisões institucionais mais recentes reforçaram esta tendência. Salvou-se, e bem, o Japão que já leva mais de vinte anos de promoção.
Insistimos, aqui, que o mercado emissor da China requer acção por parte de Portugal. A partir de meados dos anos 80, o governo chinês começou a flexibilizar as saídas e negociou, com cerca de cem governos estrangeiros, a concessão de “Estatuto de Destino Aprovado” a países passíveis de serem visitados. Nos últimos 10 anos as viagens ao estrangeiro cresceram 700%. A “China National Tourism Administration” calcula terem saído do país, em 2007, cerca de 37 milhões de chineses. Destes, só 5% terão visitado a Europa. Menos de 2 milhões. A França registou 820.000 chegadas da China em 2006.
A “World Tourism Organisation” prevê que, em 2010, haja 50 milhões de chineses a viajar no estrangeiro. Em 2020, haverá 100 milhões de turistas chineses, isto é, mais do que 6% do volume global de turismo externo. Poderão ser, então, 5 milhões a visitar a Europa. Se a França, Itália, Reino Unido, e a Alemanha têm recolhido a preferência dos turistas chineses, outros países europeus começam a beneficiar deste movimento.
Existem dois segmentos de mercado: o primeiro, constituído por turistas que gostam de viajar em grandes grupos, que compram pacotes de baixo preço, gostam de ir às compras, visitar locais aprazíveis mas que mercê das condições oferecidas de alojamento, alimentação e transporte reclamam muito e guardam má imagem; o segundo grupo viaja em pequenos grupos de amigos, não tem preocupações de consumir mas de usufruir de alojamento e serviços de alta qualidade, com comforto superior ao que disfrutam no seu dia a dia. No passado mês de Novembro 2007, na “World Travel Market-China Contact Forum” em Londres, diversos oradores sugeriram que o marketing se focalize na elite rica e na classe média que gosta de sofisticação e que gasta na qualidade. A Suiça, as Seychelles, as ilhas Fiji já descobriram este nicho do mercado chinês. O “China Outbound Tourism Research Institute” (COTRI) atribui o “China Outbound Quality Label” para distinguir programas que incluem práticas desportivas (golfe, vela, cavalos), alojamento e serviço de alta qualidade.
Também a Ìndia requer iniciativas. A “Euromonitor International” estima um acréscimo de 132%, entre 2006 e 2011, no número de cidadãos da Índia a viajarem pelo estrangeiro. Neste último ano serão 16 milhões. Consequência do aumento do poder de compra. Em 2006, segundo a “IPK” Indian Travel Monitor, os indianos fizeram 8,6 milhões de viagens ao exterior; 7 a 10% das quais por indivíduos afluentes que gastaram 10.000 dólares americanos por pessoa e por viagem.
Finalmente, os países do Golfo Pérsico merecem uma outra atitude. A Alemanha recebeu mais de 85.000 turistas da região em 2005. Nesse ano a Alemanha abrira um ‘tourist office’ no Dubai. A Austria seguiu-lhe o caminho em 2007, promovendo os destinos austriacos na Arabia Saudita, nos EAU, no Kuwait e no Qatar. No “Arabian Travel Mart” de 2007 participaram, da Europa, a Alemanha, a França, o Reino Unido, a Irlanda, a Suiça, a Bulgária, o Chipre, a Croácia, e a República Checa.
De que estamos nós à espera?
27 DEZEMBRO - 700:"MUITÍSSIMO BEM"?
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