Wednesday, April 18, 2007

18-04-2007: Direcção China

As iniciativas do PR e do PM não desencadearam ainda um forte movimento de empresários disponíveis para intervir na Índia e na China.

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/965164.html

Portugal não tem tempo a perder. A necessidade de se colocar ao nível dos países mais avançados requer que as forças económicas e sociais, as elites e os media se focalizem deliberadamente em prioridades nacionais. Multiplicar significativamente o investimento, aumentar a competitividade, acelerar as exportações de bens e serviços constituem os mais importantes objectivos nacionais, sem os quais não haverá crescimento sustentavel nem sociedade de bem estar.
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As iniciativas facilitadoras do Presidente da República e do primeiro-ministro e de algumas associações não desencadearam ainda um forte movimento de empresários disponíveis para intervir na Àsia, na Índia e na China, para avaliarem as potencialidades e as oportunidades destes mercados para as suas empresas, para os estudarem detalhadamente e para elaborarem uma estratégia de internacionalização naquelas paragens, para experimentarem o lançamento de um projecto num destes países ou para reproduzirem uma experiência positiva, expandindo-se na Índia, na China, no Vietname, na Tailândia, na Malásia ou em Singapura.

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Mudar de atitude é aconselhavel já que, nomeadamente, a China oferece oportunidades que as empresas portuguesas ganhariam em explorar. Uma delas respeita à possibilidade, desde 1 de Março de 2006, de abrir uma ‘Foreign Investment Commercial Entreprise’ (FICE), quer para comércio grossista quer de retalho, sendo o processo submetido à ‘Foreign Economic Relation and Trade Commission’ das câmaras locais. Uma outra alternativa consiste em investir num parque industrial acedendo a incentivos e outras facilidades. Em toda a China existem, hoje, mais de 270 parques, sendo certo que o seu sucesso está associado à localização e à qualidade da infraestrutura e da sua gestão.

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Em 26 Fevereiro de 1994, o vice primeiro-ministro chinês Li Lanqing e o ministro sénior de Singapura Lee Kuan Yew assinaram um acordo para desenvolverem o Suzhou Industrial Park (SIP), perto de Xangai, como um parque de alta tecnologia, internacionalmente competitivo, integrado numa cidade jardim moderna e cosmopolita. Dez anos mais tarde, o primeiro-ministro Wen Jiabao considerou-o o parque industrial mais competitivo da Ásia. Com um capital de $125 milhões de dólares, repartido entre outros pelo China Consortium (52%) e pelo Singapore Consortium (28%), o China-Singapore Suzhou Industrial Park Development Co, Ltd (CSSD) tem mais de 2000 empresas estrangeiras. A taxa de crescimento anual sustentada do SIP é de 40%.

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O Suzhou Industrial Park, com uma área de 70 km2 baseou-se num sistema integrado de planeamento com um avançado sistema de gestão. Além de uma excelente infraestrutura, na qual se incluem os serviços de telecomunicações e serviços postais, possui um serviço de segurança e de prevenção de acidentes, um serviço médico de emergência, várias clínicas e um hospital, fruto do investimento estrangeiro. A Administração do SIP tem autonomia para aprovar os projectos de investimento estrangeiros que estejam de acordo com as políticas nacionais. Três dias é o tempo necessário para criar uma empresa no SIP. O seu sistema logístico dispõe de alfandega própria e de um ‘Bonded Logistic Center’. O Air Land Transhipment Model permite o processo de desalfandegamento e o transporte dos produtos do porto à empresa em 5 horas. O SIP integra ainda uma ‘Export Processing Zone’, o ‘International Science Park’, o SIP ‘Science Hub’, o ‘SIP Bio Bay’, o ‘Innovation Industrial Park’ e o ‘Dushu Lake Higher Education District’ que atraiu 15 universidades. A Administração do SIP tem poderes delegados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros para autorizar visitas oficiais e conceder vistos. O SIP tem, também, um sistema de segurança social de capitalização, baseado no modelo do ‘Central Provident Fund’ de Singapura, que funciona como um seguro de saúde, garantindo o subsídio de doença e o pagamento de despesas de saúde, a pensão de reforma e permite a utilização parcial do capital para aquisição de habitação.

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Importa alargar e aprofundar o debate, acelerar decisões, ganhar mais e melhor posição na China.