Com ‘deficits’ de liderança aos mais diversos níveis Portugal é uma sociedade tradicional que cristalizou num passado recente
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/1071663.html
O que importa é ganhar o futuro. É este ímpeto que se vive no Sudeste Asiático onde, em 2007, o desempenho da economia superou as expectativas, suportado num sólido crescimento das exportações, do investimento e do consumo. As taxas de crescimento económico situar-se-ão, este ano, entre os 6 e os 9%, com excepção da Tailândia. O Ministro Lim acaba de desafiar a indústria de mobiliário de Singapura, responsável pelas exportações de 0,7 deste mercado mundial, a alcançar os 2% em 2015.
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É este ritmo que falta à Europa. É este vigor de mudança que falta, ainda, a Portugal. É esta força disciplinada que se não adivinha, ainda, na sociedade portuguesa. Porque Portugal é, ainda, uma sociedade tradicional que cristalizou num passado recente. Com ‘deficits’ de liderança aos mais diversos níveis. Com uma comunicação dominada mais pelas opiniões e atitudes críticas, típicas de adolescente, que pelas acções do adulto maduro e construtivo.
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Há, entre nós, uma pequena elite esclarecida que não só entendeu a profunda transformação por que passa a economia mundial como também começou a tomar decisões no sentido de levar Portugal a assumir uma posição avançada no seio das nações desenvolvidas. Localizam-se os seus membros entre actores do governo da Nação como em nichos da oposição democrática. Estão presentes na indústria como nos serviços e, até mesmo, nalguns sectores da universidade e dos centros de investigação. Mas esta elite está longe de ter influenciado a sociedade e a cultura portuguesa ao ponto de gerar a necessária transformação das mentalidades dominantes.
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As maiorias continuam a pensar, a sentir e a agir como se a sociedade portuguesa pudesse desenvolver-se de acordo com os parâmetros dos anos setenta. Ainda há alunos dos cursos de ciências e tecnologias universitários e de institutos politécnicos que podem terminar os seus cursos sem terem uma formação em empreendedorismo. Saem das escolas modelados, não para serem empresários, mas para serem empregados por conta de alguém, porventura, com menos formação académica.
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Portugal precisa, também, de anular um enorme ‘deficit’ de liderança transformacional. A mudança necessária exige liderança a todos os níveis e em todos os sectores da sociedade. Líderes com visão de futuro, capazes de inspirar e envolver outros cidadãos ou colegas de trabalho de todas as idades. Capazes de os apoiarem e de os ajudarem a desenvolver-se. Isto precisa de ser entendido pelos empresários que consideram que a mudança deve assentar apenas nas gerações com menos de quarenta anos de idade, deitando ao desbarato o capital de competências e de regeneração das gerações mais velhas essenciais para criar massa crítica ao processo de modernização.
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Portugal apresentou-se com uma nova imagem para o futuro. Ao conjunto de instrumentos desta promoção deverão estar associados objectivos a atingir. Singapura definiu, em 2005, que pretendia atingir, em 2015, os 17 milhões de turistas e receitas de turismo no valor de trinta mil milhões de dólares. Qual é o nosso ‘target’? Que mercados turísticos se incluem e se excluem?
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No início dos anos 80, questionou-se o então responsável pelo turismo, Nandin de Carvalho, pela irracionalidade de não existirem turistas em Portugal duma nação economicamente poderosa, o Japão. As suas iniciativas deram frutos que continuam a alimentar, ainda hoje, um fluxo constante de visitantes nipónicos.
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No protocolo assinado recentemente entre a AICEP e o Turismo de Portugal estão ausentes os países islâmicos, a China, a Índia e o Sudeste Asiático como mercados alvos. Qual a racionalidade económica desta decisão? O fluxo de turistas do mundo árabe em Portugal é irrisório. Merece a matéria reflexão e iniciativas. Estarão os responsaveis do turismo cientes que sem um programa de certificação de restaurantes em ‘halal food’ a probabilidade de atrair turistas islâmicos é muito diminuta? Há, também, que lançar um programa operacional para facilitar o desenvolvimento de uma rede nacional de restauração chinesa de qualidade que possa, também, servir a classe afluente chinesa que queira visitar o país.
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Bom Ano Novo, com uma taxa de crescimento económico de 4%, bem acima do esperado.
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Nota do autor:
Pedro Pita Barros escreve no DE de 18.4.2008
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/1113419.html
Velhos são os trapos
Deitar fora o conhecimento dos “velhos”pode ser decisivo a longo prazo, para o crescimento das empresas e da economia.
27 DEZEMBRO - 700:"MUITÍSSIMO BEM"?
15 years ago
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