Wednesday, January 10, 2007

10-01-2007: Crescer na Índia, na China, em Singapura ...

Portugal não acompanhou as transformações da Ásia na última década e tem assumido timidamente o seu papel como seu fornecedor.

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/726556.htmlPortugal

O aumento das exportações extracomunitárias permite algum optimismo. Os portugueses devem regojizar-se com crescimentos anuais de dois dígitos. Decisivo é o grau de aceleração deste padrão, a contribuição para as economias de destino, a efectiva conquista de quota de mercado, o aproveitamento cabal das oportunidades e o crescimento sustentável numa economia global.
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Observemos o que ocorreu em anos recentes na Ásia quanto às suas importações de Portugal. Cresceram 60% as importações da Índia em 2005/2006(1), com origem em Portugal, por comparação com igual período de 2004/2005. No mesmo sentido evoluíram as importações da China, em 2006, com origem em Portugal.

O problema reside no facto da Índia não ter importado de Portugal mais que US$30 milhões, em 2005/2006(1). Portugal representou, apenas, 0,0002 do total das importações (US$149 mil milhões) desta economia asiática. As importações da UE25 alcançaram 17,2% do total. No contexto das importações da Índia com origem na UE25, Portugal contribuiu, tão só, com 0,0011 do total.
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A China tem contribuído para o elevado crescimento das exportações portuguesas para fora da UE. Segundo o Ministério do Comércio da China, em 2006 (Janeiro a Novembro), este país importou de Portugal US$323,5 milhões. Dos US$718,5 mil milhões importados pela China no período referido, Portugal contribuiu, apenas, com 0,0005. As importações da UE25 alcançaram, neste mesmo período, US$82,2 mil milhões, ou seja, 11,4% do total. Portugal participou com 0,0039 do total das importações da China com origem na UE25. Demasiado pouco, mas melhor que no caso da Índia.
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Só no caso de Singapura a posição se apresenta mais positiva. As importações de Singapura, com origem em Portugal, representaram US$290 milhões, em 2005, de acordo com as ‘Singapore Trade Statistics’. Não contemplando, este valor, as importações das mercadorias em trânsito, Singapura assume-se como um relevante parceiro comercial e não desempenha “sobretudo um papel de intermediário no comércio com a China” (2) como, certamente por lapso, foi recentemente referido. Dos US$200 mil milhões importados por Singapura, Portugal contribuiu com 0,0014. Um crescimento de 21,7% em relação a 2004. As importações da UE25 alcançaram US$27 mil milhões, ou seja, 14,5% do total. Portugal teve aqui uma participação mais significativa, de 0,0107, no conjunto das importações de Singapura com origem na UE25.
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O que fica demonstrado é que Portugal não acompanhou as transformações da Ásia na última década e tem assumido muito timidamente o seu papel como seu fornecedor. Portugal, em 2005, representava 1,36% do PIB da UE25. O peso das importações asiáticas com origem em Portugal, no total das importações com origem na UE, ficaram-se pelos 0,1% no caso da Índia e de 0,4% no caso da China. Mais, o ritmo de penetração portuguesa na economia chinesa continua a ser muito inferior ao da UE. As importações da China, entre 2005 e 2006 (Janeiro a Novembro), cresceram 20,6%, enquanto o crescimento das importações com origem na UE25 foi de 23,5%. Mas o de Portugal quedou-se pelos 12%.
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Requer-se acção. Mas acção esclarecida. Cavaco Silva está, hoje, em visita de Estado à Índia e o primeiro-ministro deslocar-se-á à China. É urgente que cresça na sociedade portuguesa a sede de conhecimento sobre a Ásia e se adquiram novas capacidades para conquistar estes mercados. Ultrapassando todas as limitações.
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Nas livrarias de Lisboa não há mais do que três obras sobre as recentes mudanças ao nível económico e empresarial na China e na Índia. Na livraria Kinokuniya, em Singapura, estão disponíveis dezenas de obras de qualificado interesse sobre a actual fase destes dois países. Contrastes que não podem perdurar. Já que a curiosidade é que aguça o engenho.

(1) Abril 2005 a Março 2006, Departamento do Comércio da Índia (MCI)(2) In “Mercado chinês vale mais do que mostram as estatísticas”, Diário Económico, 21.12.2006

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