Wednesday, July 25, 2007

25-07-2007. Internacionalizar-se na Ásia

A convicção de que faz sentido penetrar num determinado mercado está na base de outros movimentos de partida.

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/1020202.html

A internacionalização é gerada por factores endógenos e exógenos às empresas. Mas são sempre pessoas que avaliam as condições favoráveis à sua efectivação, que têm orientação para o negócio internacional, que têm as percepções, os valores e as atitudes apropriadas, a personalidade e as competêncas adequadas para levar as empresas aos mercados externos. A internacionalização exige gestores e profissionais com vontade, motivação, impulso e empenho numa gestão voltada para a exportação e para o marketing internacional. Que sejam destemidos, que tenham condições familiares favoráveis, que se desloquem e se deslocalizem para os mercados externos e que, quando de volta ao país, incentivem a abertura ao mundo.

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Portugal precisa de acelerar a formação de “agentes” avançados da internacionalização da economia portuguesa. Em particular nos imensos mercados da Ásia.

A génese. As empresas orientadas para a inovação, para a resolução de problemas e para as oportunidades de mercado estão entre as primeiras a lançarem-se na exploração de mercados externos. A convicção de que faz sentido penetrar num determinado mercado está na base de outros movimentos de partida. O ímpeto para exportar surge, também, a partir do momento em que as empresas concluem que não conseguem alcançar a satisfação dos seus objectivos estratégicos no mercado nacional. Empresários e colaboradores avaliam os recursos e as capacidades das suas organizações, avaliam as suas ambições pessoais e empresariais, e avançam para estratégias de internacionalização. Noutros casos, factores exteriores à empresa associados às características dos mercados externos, a um ambiente legal e económico favorável, a oportunidades percebidas, a custos e lucros previsíveis, determinam a decisão de encetar a primeira experiência internacional. Outras vezes são distribuidores, um banco, ou mesmo o governo local que sugerem a entrada num dado país estrangeiro. Através da rede de amigos, do conhecimento ocasional de empresários ou de empresas estrangeiras, chega-se igualmente a oportunidades em mercados alheios e, com menor grau de incerteza e mais segurança, dão-se voos mais largos.

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As competências. Mas é claro que a internacionalização se faz com colaboradores competentes e disponíveis que ganharam experiência nos mercados internacionais e, aí, se movem à vontade. E, por isso, é necessário capitalizar as comunidades portuguesas no estrangeiro e investir, aí, na formação de “agentes” locais de internacionalização da economia portuguesa. Como é igualmente necessário favorecer a dispersão, nomeadamente nos países sem emigrantes portugueses, de um número muito significativo de gestores e de profissionais portugueses que se entrosem nas empresas multinacionais e locais, que ganhem experiência nesses mercados, e que favoreçam, apoiem e promovam a expansão das empresas portuguesas. Com especial incidência na Ásia, do Japão à China, da Índia à Indonésia, da Malásia a Singapura. Foi isso que fizeram países desenvolvidos que têm hoje um poderoso “exército” de gestores e profissionais com experiência asiática, como está à vista em Singapura. Um terço da população activa de Singapura é estrangeira. Entre os 875.000 estrangeiros, cerca de 110.000 são gestores e profissionais qualificados, dos quais 17.000 são britânicos, 15.000 são norte-americanos, 5.000 são alemães, 4.000 são franceses, alguns milhares são canadianos e outro tanto holandeses, largas centenas são irlandeses, suecos, dinamarqueses, noruegueses, suiços e russos.

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As oportunidades. As duas dezenas de residentes portugueses na cidade-Estado podem rapidamente decuplicar. Basta que os candidatos adiram às políticas de recrutamento de estrangeiros qualificados de Singapura para preencherem postos de trabalho em múltiplas áreas da gestão, banca, TIC, logística, sector químico, saúde e educação. Consultem-se as ‘Strategic Skills List’*. Existem incentivos ao emprego de jovens graduados e pós graduados como o ‘Work Holiday Programme’. Os suplementos de “Emprego”, da edição de sábado do ‘Straits Times’, têm habitualmente 66 páginas de anúncios.

No sudeste asiático também há futuro para os portugueses. E para Portugal.

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